O capítulo X do
livro Cibercultura de Pierre Lévy, traz reflexões importantes e eu diria até complementares
ao texto de Santaella, ao abordar a cibercultura. Lévy traz à tona as mudanças que a era
tecnológica, especificamente a cibercultura, trouxe na relação que as
sociedades estabelecem com os saberes construídos pela humanidade. O diluvio de
informações – conceito por ela trabalhado – nos remete a pensar sobre a grande
quantidade de informações que circulam nos espaços interativos, propagados por
diversas plataformas digitais, como sites, blogs, etc., que dão aos
‘navegantes” da rede opções diversificadas de temas ao alcance imediato de
todos. De certa forma podemos falar em democratização das informações, bem como
de uma mudança profunda no modo como as pessoas aprendem, que podemos afirmar,
não se restringe mais ao espaço escolar.
O grande número de
informações em constante movimento na rede mundial de internet, no sentido
abordado por Lévy, se apresenta como não linear e aberto, possibilitando que
todos, indistintamente, entre em contato e dialogue com o que está posto, ou
provisoriamente apresentando. Este seria, portanto, um espaço de conhecimento
escorregadio, mas possibilitando um maior aprofundamento dos navegantes,
levando em consideração a intencionalidade dos sujeitos que “passeiam” por
estes ambientes virtuais.
Isto posto, um
questionamento se apresenta pertinente: qual o papel da escola no mundo atual?
A fuga do conhecimento que se encontra em constante transito dos livros para as
plataformas digitais e a avalanche de ambientes virtuais aprendizagem estabelece
um novo momento dos sujeitos em sua relação com o conhecimento, pois este não
se encontra mais restrito a livros, espaços físicos e sujeitos específicos; ele
está “solto”, “aberto” e ao alcance de todos. Será que estamos observando o fim
da escola, pelo menos enquanto estrutura física, ou observamos uma transferência
da sala de aula para salas virtuais de aprendizagem? Para mim são questões
ainda incertas, mas que se apresenta ainda num horizonte de mudanças obvias.
Me chama atenção também
neste capitulo, uma discussão pertinente que diz respeito à diferença entre
informação e conhecimento. Uma vez que as plataforma digitais – e eu disse isso
no post anterior – facilita uma passeio rápido pelas leitura, sem um
aprofundamento, possibilitando ao leitor o acesso rápido e interativo às
informações. Para esta reflexão convido Mario Sergio Cortella, filosofo e
professor de filosofia, no vídeos abaixo:
Sabemos que a
escola também é reconhecida por muitas vezes concentrar seus esforços em
informações vagas que os alunos pouco compreendem e “decoram” para reproduzir em
provas testes a título de obter uma nota, mas transferir esta relação para ambientes
virtuais de aprendizagem também não me parece um fim adequado para estes
ambientes. O que me parece, nesse caso, depender da intencionalidade de quem
está navegando na rede de fazer uso dos conhecimentos disponíveis em tais
espaços. Nesse sentido, a escola, nos moldes que a conhecemos atualmente,
poderia contribuir para a compreensão dos ambientes virtuais de informação como
interessantes veículos de construção do conhecimento, sem desprezar a inerente
função dos hipertextos que primam pelo passeio rápido?
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Sim, é importante discutir o papel da escola, mas mais importante é discutir o papel do professor, que pode estar presente ou não... o problema não está no meio e sim no tipo de interação que construímos...
ResponderExcluirOi Leonardo, o seu texto me fez refletir sobre como muitas vezes a modalidade EAD é confundida ainda, por alguns professores, que a utiliza como uma extensão da sala de aula em seu modelo tradicional de ensino, sem explorar toda a sua potencialidade no que diz respeito interatividade e fluidez que o ciberespaço tem a oferecer.
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